Heráldica

Bandeira

Verde. Cordão e borlas de prata e verde. Haste e lança de ouro.

Brasão

Escudo de prata, com dois canudos de cortiça de verde, forrados de vermelho, alinhados em faixa; em chefe, um cálice de azul, tendo enroscado no pé um ramo de silva de verde com espinhos e folhas do mesmo, cujas extremidades se prolongam em faixo sobre o chefe; em campanha, faca corticeira de vermelho, posta em faixa. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: «S. BENTO DO MATO».

Origem Histórica

Azaruja é o nome da localidade onde está sediada a Freguesia de São Bento do Mato. Criada por desanexação da freguesia vizinha de São Miguel de Machede, a origem do nome Azaruja está relacionada com o aglomerado rústico que se constituiu na segunda metade do século XVIII.
De acordo com documentação existente na Torre do Tombo, datados de 1536, existia no local uma ribeira que se chamava “Ribeira da Razucha”, e que posteriormente em 1766, viria a dar o nome ao primeiro aglomerado da freguesia, Azaruja.
Segundo consta a localidade foi fundada pelo Alcaide-mor do Castelo Ventoso, Martim Lopes Lopo “em terras suas para delas fazer vila”. Não se conhece diploma régio da sua elevação a vila, contudo teve efemeramente a denominação de “Vila Nova do Príncipe”, que a República nunca homologou. As referências mais antigas à “Vila de Azaruja” datam da primeira metade do século XVIII.
Esta freguesia pertenceu ao extinto concelho de Évora Monte até 24 de outubro de 1855, data em que transitou para o município de Évora.

Porquê São Bento do Mato?

O nome da freguesia parece estar ligado à devoção popular a São Bento. Segundo a tradição, este santo era um protetor das pestes, mordeduras de víboras e lacraus que existiam com abundância neste local.

Localização e Acessibilidade

A Freguesia de São Bento do Mato – Azaruja tem a forma de um polígono irregular, e estende-se por uma área de 66,55 km sem limites naturais. Faz fronteira com as freguesias de Évora Monte, Vimieiro, Bacelo e Senhora da Saúde (Évora), São Gregório e Santa Justa, São Miguel de Machede e Igrejinha. Em termos de acessibilidades é servida pela Estrada Nacional 18, no troço Évora-Estremoz e pela EN254, que liga Évora a Redondo. Azaruja dista 9 km da A6, a autoestrada do Alentejo que faz a ligação Marateca-Caia, e que é a principal na ligação Lisboa-Espanha.

Influência Catalã e Caracterização

Sensivelmente no ano 1848, ingleses e catalães instalaram em Azaruja as suas fábricas de cortiça, transformando a localidade no principal centro corticeiro do Alentejo. Este alavancar da indústria preparadora e transformadora desta matéria-prima trouxe consigo prosperidade e uma personalidade muito própria à população Azarujense, de carácter misto, cosmopolita e rural.
A ascendência catalã e inglesa ainda hoje é reconhecível na população Azarujense, nomeadamente através de apelidos: Camps, Sureda, Girbal, Gibert, Delmas, Marquez, entre outros; quer através da gastronomia local que é hoje um dos de Azaruja. Em determinadas fases desta miscelânea de culturas era normal em Azaruja ouvir-se falar o português e o catalão, assim como denominarem-se os habitantes de “catalães de Azaruja”.
A freguesia em 1864 tinha 1143 habitantes, e não parou de crescer até 1950, ano em que eram já 2190 habitantes. A partir da década de 60 a freguesia começou a perder população, por consequências da crise corticeira e da emigração, não obstante é a freguesia mais populosa e desenvolvida do município de Évora, assim como a que apresenta menor índice de envelhecimento demográfico.