Santuário de Nossa Senhora do Carmo
A ermida, de nave única, mantém-se aberta ao culto. Possui planta octogonal, típica dos santuários de peregrinação, acessível através de portal em mármore encimado por janelão retangular. O interior encontra-se integralmente revestido a estuque policromado, com altares em talha dourada de estilo rococó. As paredes exibem cerca de 1500 ex-votos, testemunhos da devoção dos romeiros.
O mais antigo ex-voto é datado de 1754, sendo o agradecimento de alguém que foi atacado por um ladrão que lhe cravou uma faca na barriga, quando tentou roubar-lhe a mula.
Reza a tradição que “(…) descobriu-se uma mulher que chegando ao tal monte casinha (o oratório abandonado pelos ermitas), sem saber o que nela havia, assim que viu a imagem da senhora a venerou e lhe pediu remédio duma enfermidade que padecia e sentiu-se logo melhor, e daí a poucos dias, inteiramente sã, publicou o sucesso que divulgado fez concorrer várias pessoas àquele lugar solicitando remédio para os seus males.”
Muitas outros milagres são evocados, como o de uma mulher que quando se dirigia à ermida, a fim de ir rezar, deparou com o que pensava ser uma pedra e sentou-se a descansar. A pedra era afinal uma cobra e, com receio do que lhe poderia suceder, fez das fraquezas forças gritando “Valha-me Nossa Senhora do Carmo”, tendo acontecido o denominado “milagre da cobra”, uma vez que esta morreu.
A pele que se atribui à cobra encontra-se exposta na Capela do Santuário.
Os restantes edifícios, datados do último terço do século XVIII e adaptados para receber turistas, incluem a Casa dos Caseiros e a Pousada Pequena, ambas térreas e dotadas de cave, e ainda a Pousada Grande e a Casa Grande, esta última acrescentada de uma construção moderna. No conjunto foram conservados muitos elementos arquitetónicos originais, como arcos, abóbadas, janelas e algumas carpintarias, entre outros. (Leite, 2022)
A Festa Litúrgica em Honra de Nossa Senhora do Carmo, com Eucaristia e Procissão, realiza-se no Domingo de Pentecostes e, no dia 10 de junho, continua a realizar-se a Celebração dos Combatentes, por um grupo de militares que estiveram na Guerra do Ultramar, em agradecimento por não ter falecido nenhum militar da freguesia.
Também se realiza, no segundo fim-de-semana de setembro, a Feira Anual de Azaruja que nasceu como Romaria em Honra de Nossa Senhora do Carmo, há mais de 200 anos.O Monte do Carmo foi convertido em Hotel Rural de 4 estrelas, em 2006, que permitiu a recuperação de um espaço que se encontrava em estado avançado de degradação, e que atualmente já se encontra desativado. Este imóvel encontra-se classificado como Conjunto de Interesse Municipal, desde 2013.